14 de março de 2015

ENCONTRO COM A REALIDADE





Década de 70. Uma vida agitada de se querer viver tudo, compreender tudo, aprender a viver em liberdade. Concretizar nossos sonhos. Experimentar aquilo que pensava-mos ser possível. Um romantismo social em toda a sua dimensão.
Eu e tu, novos na idade embora com experiência na luta que se vinha travando contra a ditadura, tínhamos a responsabilidade de permanecer nos nossos empregos, manter o colégio à nossa filha, manter a casa arrendada e outros pequenos aspectos correntes.
Nossas responsabilidades eram grandes, para quem muito novos se tornaram autónomos das famílias, não por conflitos, mas porque não queríamos prejudicá-los com as nossas acções procurando ser-mos consequentes com as nossas atitudes.
Portanto a possibilidade de nos socorrer delas (que não se conheciam) era rejeitado por principio, considerando isso como o último recurso.
Eu trabalhava numa Emissora de Rádio e tu numa Editora Livreira.
É com os acontecimentos nestes locais de trabalho, que pouco depois do 25 Abril de 74, nossos sonhos começam a "florir".
É a partir deste momento que no nosso romantismo e paixão começa a expressar-se o nosso companheirismo e o "sentir-do-sentir" um pelo outro. Amizade aliada ao Amor.